A palavra koryu, de origem japonesa, tem como tradução literal "fluxo velho", utilizado para se referir às antigas escolas, estilos ou tradições, não necessariamente apenas nas tradicionais de guerra. Ko - antigo Ryu - caractere de origem chinesa que se lê em japonês "nagare", que significa fluir. Da mesma forma, é designado para leitura de Ryu como estilo. Várias foram as versões que titulavam o koryu apenas como um bujutsu, como erroneamente se traduz. Koryu é também uma forma de bujutsu, porém a sua forma inicial de conservação está voltada ao raciocínio do combate em si. Bujutsu é um dos vários termos utilizados para artes marciais ou técnicas clássicas no Japão. Infelizmente não existe uma definição exata para as artes marciais clássicas, impedindo uma descrição precisa. Alguns definem seu início em 1876, quando foi promulgado o ato proibindo o uso de espadas (Haitorei), dividindo as artes marciais entre clássicas e modernas. Outros preferem usar o termo koryu bujutsu unicamente para as artes do século VI e tradições mais antigas. As tradições clássicas foram desenvolvidas em campos de batalhas pelos bushi, guerreiros, que raciocinavam dentro de um prisma da necessidade, e não da beleza. Toda escola que compõe um Koryu é seguida dentro de uma linhagem que tem um soke que representa determinada geração, que carrega o menkyo kaiden, que se refere ao fundador da tradição. Porém em cada escola encontram-se variações nas nomenclaturas que se referem ao clássico como forma de conservação pois, na era atual, vários seguidores de escolas antigas formaram novos clãs que surgiram como forma de aprimoramento do já existente. No Japão atual, poucas são as escolas que ainda conservam a sua forma de execução original. Muitos estilos novos foram criados e alterados. Tal fato ainda se dá devido à natural evolução do ser humano que, em uma época de globalização, não se habita a conceitos traçados nos séculos passados. Nas escolas que conservam o Koryu como razão, existe apenas um mestre que em cada geração escolhe um sucessor. Conheci escolas que não se preocupavam com isto, mas, apenas em transmitir de forma correta o passado ao presente. Isto gera uma segunda forma de raciocínio, que coloca subordinados tecnicamente na mesma condição do mestre central. O sistema de transmissão nas escolas de koryu é centralizado em formas, sendo a transmissão feita do mestre para o aluno, toda e qualquer escola que tenha tal sistema abolido de sua metodologia talvez não possa ser chamado de koryu, ou apenas execute, em seu currículo de programas, parte de técnicas treinadas no koryu. No Japão nos foram mostradas várias formas técnicas de estilos que se titulavam como Koryu. As técnicas de koryu inicialmente são conservadas como forma de raciocínio de assegurar a vitória em um campo de batalha, talvez esta seja a maior característica das técnicas de Koryu. Algumas escolas ainda insistem em titular o gendai-budo (formas de budo modernas) como Koryu. Com certeza estas artes mais modernas têm uma ligação com as antigas formas, mas as alterações executadas ao longo dos anos modificaram a forma de raciocínio e execução, tendo a possibilidade de se ensinar para um grupo grande de alunos, sendo projetadas para educar e desenvolver o ser humano. Cada ryu tem a sua particularidade e peculiaridade, sendo impossível fazer uma generalização técnica. Quem conhece ou faz parte de um koryu consegue detectar uma fraude, por menor que ela seja, no formato da estrutura educacional, tal como na forma comportamental. Em geral as escolas mais tradicionais, nos dias de hoje, separaram seus programas para alunos internos e entusiastas, obtendo assim as formas antigas caracterizadas como tesouro interno. Geralmente essas escolas tradicionais ainda conservam as suas formas religiosas e tradicionais como currículo interno. |
domingo, 10 de julho de 2011
Koryu
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