Tetsugako é o estudo da filosofia, que compreende tanto as correntes do pensamento oriental como as do ocidental. Para o homem do Bugei, é necessário conhecer todas as formas e sistemas do pensamento humano. Mas qual o propósito de se estudar tal disciplina? Na análise da existência humana no mundo, verificamos que nos movemos numa sabedoria que dispensa e ao mesmo tempo solicita a filosofia. A "sabedoria da existência" se aninha em nós como o sangue nas veias e o ar no pulmão. Comanda, sem bem nos darmos conta, nossa maneira de estar no mundo, em todos os níveis internos e externos, visíveis e invisíveis, superficiais e profundos. Sem ser invocada, dirige todas as conversações e nos dá o entendimento das palavras que ouvimos e falamos, dos projetos a que nos atiramos para viver.
Essa sabedoria pré-filosófica de uso imediata, rica e dinâmica, que orienta o comportamento dos que se amam, nunca é vivida em sua plena riqueza. A consciência é um mecanismo de percepção. Esse mecanismo pode expressar-se de inúmeras maneiras, que envolvem vários níveis de compreensão e comportamento. Os budistas delinearam claramente diferentes estados em sua elaborada descrição da jornada da alma no pós-vida. Tais estados correspondem aos tipos da natureza humana e maximizam características salientes: raiva, inveja, apatia, orgulho e piedade.
A verdade é que a consciência pode ser intelectual ou orientada pela sensação, pode ser emocionalmente habituada ou psiquicamente cognitiva, pode até mesma ser espiritualmente ajustada e alinhada às forças cósmicas. Pode ser uma combinação qualquer. Em nosso espectro humano, corresponde a um estado de consciência – significando o estado do qual a atividade se origina. E cada estado estabelece uma freqüência energética.
O homem, em sua faculdade de consciência, é um criador extremante sensível e altamente complexo, de infinitas possibilidades de existência. A maneira pela qual a humanidade aborda a vida é puramente casual. Se conseguirmos ser bem-sucedidos, isso ocorre quase sempre por acaso – conseguido através de persistência obstinada e metodologias aplicadas a esmo. Não apenas perdemos nossa capacidade de ajuste, mas perdemos também a potência total de nossa energia, de nossa força.
Mais do que uma faculdade central (um poder-fonte), existe um estado de dispersão contínua (atividade e ajuste externo), que cria uma fragmentação de nossas faculdades. Através disso, percebemos a fragmentação. Não apenas esquecemos que há uma unidade em relação à vida. Esquecemos também a capacidade e o conhecimento de nossa maestria inerente sobre a matéria e a vibração. Como o proverbial “príncipe que virou sapo”, ficamos presos a um ou outro sistema de nossa própria criação.
Não nos lembramos que fomos e sempre seremos criadores. Ficamos fascinados e identificados com nossas criações. Caímos na armadilha de um nível de realidade que concebemos como sendo o todo. O processo normal da consciência é expandir-se e intensificar-se.
Isso pode ocorrer independente da nossa cooperação. Sem as nossas cooperações, há dor e sofrimento. Mas dor e sofrimento não são parte intrínseca da vida. Com a nossa cooperação, nossa consciência flui como um rio através de diferentes permutações de substância e energia, desimpedido e incessante. A vida é vista como um fluxo, uma contínua atividade de forças. “Você não é um ser humano que está passando por uma experiência espiritual. Você é um ser espiritual que está vivenciando uma experiência humana.” (Wayne W. Dyer)
O foco vai sendo desviado dos efeitos (a consciência central). Quem percebe a inteligência suprema, o estado mais alto de consciência? O processo da vida parece ser a reunião de elementos discrepantes, nos quais nossa força (nossos interesses investidos, nossas ligações e identificações) é estocada, o que nos mantém divididos. Nesse reservatório de elementos, a força que estava impulsionando a energia para o exterior, passa a coletá-la em sentido contrário, para dentro, em direção a um ponto de origem, aumentando em intensidade. Essa quantidade de movimento no interior do reservatório coletor é todo poderoso. Os místicos e magos o conhecem. Os ocultistas o conhecem. Até Hitler o conhecia. Mas a humanidade ainda não o conhece, preferindo revestir de poder a autoridade externa: barbudos papais do céu, gurus, professores, figuras da autoridade doutrinas, ensinamentos e organizações...Dentro de cada individuo repousa a divindade, um estado de consciência a partir do qual tudo é possível. Quando alinhada às verdadeiras leis da vida, qualquer coisa é possível. Porque a consciência, como a energia, é neutra. É uma faca de dois gumes: indivíduos egoístas transformam-se em caos, desarmonia e destruição. Não só isso! Ela pode esvair-se ou fossilizar-se num saber mecânico que opera sem gosto pela existência em si mesma. Nessa situação de obscurecimento, precisamos filosofar. Todos precisamos filosofar porque o obscurecimento é universal, abateu-se extensivamente sobre toda a terra. Precisamos recuperar a compreensão inata da existência no mundo, precisamos recordar o Lumem Naturale, “o juízo secreto da razão”, a sabedoria da vida. Como é esse filosofar? Como é esse ofício dos filósofos?
É exercício de pensar por nós mesmos. O exercício de pensar por si mesmo é a arte das artes, porque exige sensibilidade, treinamento intelectual e disciplina corporal. Na arte de pensar, encontramos o real, achegamo-nos ao seu íntimo. Assim voltamos a habitar a terra como árvores vivas das florestas, bem enraizados, no sabor de sua profundidade. Aceitar a consciência da espiritualidade é antes de tudo ampliar a sua consciência para a sua verdadeira aceitação. Sendo assim, a harmonia cósmica faz com que o seu ser seja preenchido pela verdade absoluta. A purificação através da busca da verdade interior trazia para os mais antigos a consciência de Deus como a única verdade absoluta. O raciocínio partia da importância da verdade consigo mesmo. Dizia-se que manter a verdade dentro do coração era armazenar Deus como o único criador. Da verdade, surgiu a purificação através da água, que se manifesta de várias maneiras no cotidiano simples dos homens. Os hindus vêm lavando seus pecados nas águas sagradas desde o tempo dos primeiros registros históricos.“Se o coração não é puro, o grande espírito não pode ser visto”. "A tarefa da ciência não é simplesmente identificar a mudança do padrão estrutural em todas as coisas, mas considerar essa mudança uma coisa simples. A ciência começa com a hipótese, que está sempre presente embora possa ser inconsciente, esquecida ou, às vezes, até mesmo negada: existe uma ordem simples na natureza; é possível uma forma simples de revelar a experiência; a tarefa da ciência é descobri-la.”
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